22 de junho de 2016

RIBEIRÃO DA ILHA, CULTURA, TRADIÇÃO E NEGÓCIOS

Poucos lugares de Florianópolis ainda podem se dar ao luxo de apresentar um conjunto tão forte e marcante do legado pelos açorianos que aqui nesta ilha chegaram a pouco mais de 260 anos como a comunidade do Ribeirão da Ilha.
 Casario do Ribeirão da Ilha - Florianópolis - SC - Foto: Google Imagens
A comunidade do Ribeirão da Ilha, com sua Igreja em estilo açoriano construída a mais de dois séculos é um verdadeiro tesouro da arquitetura que para cá veio, com os colonos vindos das Ilhas dos Açores. Um conjunto arquitetônico bem preservado e de rara beleza ainda encanta por demais os turistas que nos visitam bem como nós locais que aqui moramos.
  Igreja de Nossa Senhora da Lapa - Ribeirão da Ilha Florianópolis - SC - Foto: Google Imagens
Tradições tipicamente açorianas como o Boi de Mamão, o Terno de Reis, a Pesca artesanal, a Festa do Divino, a Fabricação de Cachaça, a Renda de Bilros e o Zé Pereira no carnaval ainda são muito presentes nessa comunidade.
Hoje com o sucesso da maricultura (criação de Ostras e Mariscos) em suas águas calmas e limpas,  trouxe uma nova atividade econômica a comunidade do Ribeirão da Ilha que além de comercializar os moluscos in natura ainda permitiu que uma grande variedade de restaurantes e bares fosse aberta, criando um novo público para a localidade que vem atrás desses moluscos que ganharam renome nacional.
                                                  Restaurante de Frutos do Mar - Ribeirão da Ilha - Florianópolis - SC  Foto: Google Imagens
Produtos artesanais também são itens que tem uma boa aceitação, criando inúmeras oportunidades de comercialização, aumentando a renda das famílias. Isso é importante pois faz com que a preservação do que sobrou seja apresentada em boas condições mesmo com a forte urbanização que sofre essa comunidade.
Não a muito tempo ainda encontrávamos vários engenhos de farinha, e alambiques de cachaça, hoje isso já é bem raro de se ver quanto aos engenhos de farinha nem posso afirmar que tenha sobrado algum, o que é uma grande pena ver a nossa cultura sendo tragada literalmente pelo fluxo descontrolado e também uma grande especulação imobiliária visando moradias cada vez mais luxuosas em detrimento a boa parte do patrimônio arquitetônico de origem açoriana.
Espero que o comércio que para o Ribeirão se deslocou  procure tirar o que de melhor a comunidade oferece, preservando suas tradições, arquitetura e a História que este lugar conseguiu manter por quase três séculos. 
Assim como o Ribeirão da Ilha ainda temos outras comunidades de forte presença cultural açoriana como Santo Antonio de Lisboa, Sambaqui, Ratones, Pantano do Sul, Armação e é fundamental que se tenham políticas de valorização do comércio local e da cultura do lugar principalmente da arquitetura açoriana que ainda resiste ao tempo e a especulação imobiliária.
Grande abraço a todos.
Paulo Coelho - Administrador e Historiador. 
Florianópolis, SC 21/06/2016


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