24 de agosto de 2016

QUEIJO SERRANO PATRIMÔNIO DA CULINÁRIA CATARINENSE E DO SUL DO BRASIL

Hoje confesso que fiquei imensamente contente ao ver uma matéria que tratava da aprovação de um projeto de lei pela Assembléia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), que cria a condição para os pequenos produtores artesanais do Queijo tipo Serrano possam produzir e comercializar esse produto, lembrando que esse projeto de acordo com a matéria, esteve em discussão ou nem tanto por oito anos na ALESC.  
                          Queijo Serrano: Foto Google Imagens

Esse produto é um dos mais tradicionais das feiras livres espaços destinados aos produtores rurais em todo Estado de Santa Catarina e também Rio Grande do Sul, é uma herança cultural de mais de duzentos anos e não poderia se deixar perder por questões burocráticas ou simplesmente desmando dos nossos legisladores.
Quando valorizamos um produto como esse estamos valorizando o saber fazer manualmente passado de geração em geração onde as receitas são aplicadas todos os dias nas casas e cooperativas de pequenos produtores.
A lei cria regras bem específicas de produção, asseio e conservação, onde a higiene e o controle sanitário são uma das principais preocupações e espero que realmente seja aplicado por todos os envolvidos na cadeia produtiva.
 O gado tem que ter um controle rígido de sua saúde sanitária com as vacinas em dia e controle de pastagens também para que possa dar um leite de qualidade matéria essencial para se ter um produto de excelência como este e o manuseio adequado em todo o processo de produção tendo em vista que o queijo é feito na mão mesmo não sofrendo processo industrial.

Queijo Serrano: Foto Google Imagens


Agora cabe aos órgãos de controle e assistência técnica do governo de Santa Catarina como CIDASC e EPAGRI, capacitar e treinar esses pequenos produtores, que são mais de dois mil somente em Santa Catarina, infelizmente não tenho dados do Estado do Rio Grande do Sul, para organizar esses produtores e quem sabe obter um selo de qualidade regional o que viria a agregar muito valor ao produto, permitindo que este alcançasse mercados mais sofisticados por  sua qualidade, origem  e sabor.
Pelo o que eu pude entender o produto deverá ser manuseado em ambiente separado da residência e com condições sanitárias bem adequadas em todos os processos. Isso é muito bom pois tende a criar cooperativas de pequenos produtores o que pode vir a diminuir seus custos de produção ao produzir em escala maior e otimizar também a logística de distribuição e alcance de novos mercados.
Como historiador sempre vou apoiar e divulgar atos e atitudes desse tipo e ainda mais quando se pode ver grandes  possibilidades de manter os jovens no campo tendo vida e renda digna com o seu trabalho. Não é que eu seja contra aos produtos industrializados não mas é muito importante que regras de proteção aos saberes e fazeres antigos sejam aplicadas em benefício das futuras gerações de jovens agricultores, fazendo que eles não se sintam motivados para virem  encher ainda mais as cidades.
Está provado que com assistência técnica e extensão adequada, associada a melhores condições de acesso a tecnologia e transportes o campo tem sido ainda um bom local para viver a vida de uma forma bem mais adequada em relação ao grande caos criado nas cidades com um fluxo cada vez maior de pessoas vindo do campo para trabalhar normalmente  em subempregos. 
Parabéns por essa conquista e muito sucesso para esses milhares de produtores que a partir de agora poderão vislumbrar uma melhor condição de vida a partir de um produto que com certeza faz o sabor na mesa dos catarinenses.
Grande Abraço,
Paulo Coelho - Administrador e Historiador - Florianópolis - SC 24/08/2016.

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