CACHAÇARIA SCHMITZ - SANTA MARIA - ANTONIO CARLOS SC
Ontem dia 01 de julho de 2022, tive a oportunidade e o grande prazer de fazer uma visita no Alambique da família Schmitz, que vem em atividade desde a década de 1960 e hoje está sendo conduzido pelo neto do fundador Diogo.
Pude ter oportunidade de aprender um pouco dos processos e cuidados para fazer uma cachaça com qualidade, que envolve a compra do melado de cana (já que a propriedade não produz mais a cana), fermentação em enormes Tinas de madeira e depois destilação em alambique aquecido a lenha.
É com muita tristeza que vejo esses saberes e fazeres antigos sendo substituídos por engenhos industriais e equipamentos ultra modernos como aço inox e eletricidade. Gerações inteiras repassaram esses conhecimentos e agora mesmo com um grande índice de divulgação e consumo da cachaça artesanal tendem a desaparecer ou ficar cada vez mais difícil de se encontrar.
O ambiente com o cheiro da cachaça sendo produzida, se torna um encanto e mesmo que não tenhamos vivido isso anteriormente nos remete a um tempo muito distante e dá para imaginar quando isso tudo era feito diretamente nas pequenas propriedades familiares do nosso estado e principalmente na Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis capital do estado de Santa Catarina.
Em meados do século XVIII na atual Florianópolis chegou a ter mais de 200 engenhos que faziam cachaça e alguns também faziam farinha de mandioca tudo movido a força de bois. Com a vinda dos casais Açorianos para Desterro a partir de 1748 essa atividade se intensificou e a cidade por ser o último porto para o Sul do Brasil e também para o Rio da Prata e uma grande quantidade de cachaça e farinha eram produzidos para abastecer os navios que por aqui aportavam.
Atualmente a quantidade de engenhos de cachaça e também de farinha em Florianópolis é muito pequena e não tenho como afirmar agora se chega ou não a pouco mais de uma dezena. A atividade por ser muito trabalhosa não interessou aos jovens que preferiram ir trabalhar em atividades no comércios ou nas inúmeras empresas que aqui existem.
Quando chega alguma data festiva algumas comunidades apresentam esses saberes e fazeres para a população em geral e isso não quer dizer que não se possa visitar em qualquer época do ano, é que praticamente não tem nenhum tipo de divulgação pelos nossos órgãos públicos que deveriam promover a nossa cultura e tradições de uma forma mais efetiva e não somente em datas específicas.
Eu vim do interior do estada em 1968 e fui criado dentro de uma venda no bairro Prainha em Florianópolis, então por tradição sempre que possível procuro apreciar e divulgar essas atividades de pequenos comércios ou comércios familiares.
Então hoje agradeço ao Diogo da Cachaçaria Schmitz por ter aberto as portas do seu Alambique e ter me passado informações preciosas sobre o processo de fabricação da cachaça e como cliente desse estabelecimento outras visitas ainda farei.
Grande abraço à todos.
Paulo Coelho - Florianópolis - SC - 02/07/2022.
Muito bom!
ResponderExcluirParabéns, amigo Paulo!
Obrigado Cebola. Grande abraço.
ResponderExcluir