Nós todos que temos um pouco mais de 40 ou 50 anos temos em nossas lembranças as vendas de nossas infâncias e de nossas comunidades, local esse aonde se vendiam de tudo e principalmente produtos a granel.
Vender produtos a granel é simplesmente fazer uma venda de produtos que vem em uma embalagem maior e o consumidor leva a quantidade que melhor convier pagando somente por isso. Lembro que no início dos anos 70 na venda do meu pai se vendia tudo a granel desde os produtos que hoje possam parecer mais estranhos como por exemplo: Banha, margarina, azeite, ovos (claro que pHoara alguns tinha um tipo de papel específico) pois senão não tinha como embalar corretamente para que pudesse ser chegado até a casa de cada um.
Produtos a granel Foto: Google Imagens
Concha para produtos a granel Foto: Google Imagens
Hoje a indústria alimentícia cria um mercado no qual os consumidores não tem a menor condição de escolher a maioria dos produtos e de como querem levar para sua casa, cada vez mais os produtos industrializados com suas embalagens multi coloridas e com forte apelo de marketing, criando um verdadeiro mundo da fantasia para comprar produtos que deveriam ser adquiridos de forma mais natural possível.
Tenho observado nas visitas aos sábados na feira que frequento na Praça da Alfândega em Florianópolis que tem muita gente que procura fazer suas compras de uma forma mais seletiva inclusive sendo muito comum o uso de sacolas e carrinhos levados para trazer os seus produtos e isso é um bom sinal, que mostra novos e bons hábitos de consumo nos consumidores.
Produtos a granel Feira Livre Florianópolis - SC Fotos: Paulo Coelho
Agora vejo que em grandes cidades do Brasil, mas principal na Europa como Paris e Berlin, estão surgindo supermercados com propostas de venda de produtos 100% a granel, claro que nesses mercados são oferecidos produtos bem diversificados quem vem dos mais diversos locais, fazendo com que o consumidor também tenha acesso a produtos importados de forma fracionada.
Mesmo sendo tendência de pessoas com maior poder aquisitivo ou de opções de consumo mais regradas ou voltadas à um estilo de vida com tendências à optar por produtos de procedência confiável, também se pode observar hábitos equivalentes em camadas sociais sem tanta expressão econômicas, mas que tem igual hábito de consumo.
Mercado em Paris sem embalagens Foto: Google Imagens
Mercado em Paris sem embalagens Foto: Google Imagens
Eu como já deixei bem claro em comentários anteriores neste blog, sou sempre favorável ao comércio mais justo livre das amarras das grandes indústrias quer sejam de alimentos ou de qualquer outro produto. Isso não quer dizer que eu seja contra o processo de industrialização do país até porque milhões de famílias e de brasileiros em geral são trabalhadores que tem seu ganha pão nas indústrias.
Entendo sim que deve de haver um contraponto entre um consumo desenfreado, balizado em campanhas milionárias de marketing que não preservam o poder de consumo e poupança dos consumidores em geral. Não podemos admitir casos que são verdadeiros absurdos como por exemplo as pessoas serem estimuladas e induzidas a comprar grandes quantidades de produtos simplesmente porque nos dizem que é embalagem "econômica" e está em "promoção" e não raro quando esse são produtos perecíveis e acabam não sendo consumidos no tempo adequado e acabam indo para descarte.
Um grande abraço a todos,
Paulo Coelho - Florianópolis - SC 15/07/2016.